31º Domingo Comum – 31 de outubro
S. Marcos 12,28-34
Logo no primeiro versículo do Evangelho deste domingo, Jesus declara solenemente que o primeiro mandamento é o amor a Deus – um amor que deve ser total, sem divisões, feito de adesão plena aos projetos, à vontade e aos mandamentos de Deus.
Entendendo que a sua resposta não seria suficiente, Jesus completa-a, imediatamente, com a apresentação de um segundo mandamento: “amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Ou seja: o maior mandamento é o mandamento do amor; e esse mandamento fundamental concretiza-se em duas dimensões que se completam mutuamente – a do amor a Deus e a do amor ao próximo.
A resposta de Jesus ao escriba não vai no sentido de estabelecer uma hierarquia rígida de mandamentos; mas superando o horizonte estreito da pergunta, situa-se ao nível das opções profundas que o homem deve fazer. A preocupação, na perspetiva de Jesus, não é definir qual o mandamento mais importante, mas encontrar a raiz de todos os mandamentos. E, nesse sentido, para Jesus, essa raiz gira à volta de duas coordenadas: o amor a Deus e o amor ao próximo.
Portanto, o nosso compromisso religioso, resume-se no amor a Deus e no amor ao próximo. Na intenção de Jesus, o que é que isto quer dizer?
A grande preocupação de Jesus foi discernir a vontade do Pai e cumpri-la com fidelidade e amor. “Amar a Deus” é pois, na conceção de Jesus, estar atento aos projetos do Pai e procurar concretizar, na vida do dia a dia, os seus planos. Ora, na vida de Jesus, o cumprimento da vontade do Pai passa por fazer dela uma entrega de amor aos irmãos, se necessário até ao dom total de si mesmo.
Assim, na ideia de Jesus, “amor a Deus” e “amor aos irmãos” estão intimamente associados. Não são dois mandamentos diversos, mas duas faces da mesma moeda. “Amar a Deus” é cumprir o seu projeto de amor, que se concretiza na solidariedade, na partilha, no serviço e no dom da vida aos irmãos.
Como é que deve ser esse “amor aos irmãos”? Este texto só explica que é preciso “amar o próximo como a si mesmo”. As palavras “como a si mesmo” não significam qualquer espécie de condicionalismo, mas que é preciso amar totalmente, de todo o coração.
Pois então, aceitemos o desafio e cumpramos, nas diferentes vertentes da nossa vida, este mandamento!
Adaptado de dehonianos.org
Pedro Fernandes, Diácono